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Capa do Livro

Como Destruir um País em 90 (ou Menos) Dias

Índice

Epílogo – Ainda Há Tempo

Apesar de tudo, a história ensina-nos que a decadência pode ser interrompida. A democracia, mesmo ferida, tem uma força regeneradora que habita nas pessoas. A esperança não morre se for alimentada por coragem, memória e ação. Este livro não é uma sentença, mas um alerta. Os passos aqui descritos podem ser revertidos. A verdade pode ser restaurada, as instituições fortalecidas, a justiça reerguida, e a confiança entre cidadãos e Estado reconstruída. Depende de nós — do voto, da denúncia, da resistência ética e da construção coletiva de um futuro onde o poder volta a estar ao serviço do bem comum. Ainda há tempo. Mas não será eterno.

Sobre o Livro e os Autores

Este livro é uma crónica analítica e crítica dos mecanismos que corroem uma democracia desde dentro. Inspirado por acontecimentos reais, procura alertar consciências e despertar o debate sobre os riscos da personalização do poder, da erosão institucional e da normalização do populismo tóxico. Escrito com uma voz independente e comprometida com a liberdade, este trabalho junta experiência jornalística, observação política e espírito cívico. É um contributo para não esquecermos que até os impérios caem — mas os povos podem levantar-se. Os autores optam pelo anonimato coletivo: são vozes de um tempo inquieto, onde escrever é resistir.

Capítulo 1: Eleger o Homem Errado – O Prólogo da Tragédia

Tudo começa com uma escolha. E nem sempre a democracia escolhe bem. Em tempos de medo, de crise económica, de desconfiança nas elites e cansaço político, surge o rosto do "salvador": um homem que fala grosso, que promete romper com tudo, que faz da ignorância um trunfo e da raiva um programa. Assim chegou Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Com slogans ocos, discursos inflamados, e um passado recheado de falências, escândalos, mentiras e um reality show. Mas o povo cansado quis acreditar. E entregou-lhe o comando da maior potência mundial. O sistema gritou em alerta. A imprensa alertou. Os analistas escreveram livros. Os diplomatas ficaram de olhos arregalados. Mas a onda já vinha formada. E Trump, com o seu boné vermelho e o seu Twitter ao rubro, não tardou em entrar na Casa Branca como um touro numa loja de porcelanas institucionais. A primeira lição para destruir um país é simples: eleger o homem errado, com as razões erradas, nos tempos errados. A partir daqui, o caminho é descida livre. E as instituições, como as democracias, não caem de repente.

Vão ruindo por dentro, uma coluna de cada vez, enquanto o povo tira selfies com o incendiário. Este foi o primeiro passo. Os próximos? Vêm a seguir, e não serão menos destrutivos.

Capítulo 2: Deslegitimar a Verdade – A Arte da Mentira em Série

Depois de eleito, o segundo passo para destruir um país é atacar a base da realidade: a verdade. Nenhum regime autoritário floresce sem antes minar a confiança na informação, relativizar os factos e transformar a mentira em estilo de governo. Trump não apenas mentia. Fazia da mentira uma arma de guerra psicológica. Negava o óbvio, distorcia estatísticas, reinventava episódios históricos, insultava jornalistas e rotulava qualquer investigação como "fake news". Para os seus seguidores, tudo o que contrariava a sua narrativa era uma conspiração. E o mais alarmante: funcionava. A desinformação, outrora um instrumento de propaganda marginal, tornou-se centro da estratégia presidencial. Bastava um tweet. Um vídeo cortado. Um boato amplificado por redes sociais e replicado por canais cúmplices. O fact-checking tornava-se irrelevante perante a avalanche de manipulação contínua. Instituições científicas? Questionadas. Agências de segurança? Descredibilizadas. Tribunais? Atacados. Meios de comunicação independentes? Inimigos do povo. A verdade deixou de ser um bem comum. Passou a ser um campo de batalha.

E, com isso, instalou-se a dúvida, a confusão, o cinismo generalizado. Um país dividido não por ideologias, mas por realidades paralelas. Onde já não se discute o que fazer com os factos, mas se os factos existem. Destruir a verdade é o golpe mais certeiro contra qualquer democracia. Porque sem verdade, não há responsabilização. E sem responsabilização, o poder torna-se impune. Trump sabia disso. E usou-o até à exaustão.

Capítulo 3: Dissolver as Instituições – A Burocracia ao Serviço do Ego

Um dos pilares silenciosos de qualquer democracia são as suas instituições: independentes, estáveis, previsíveis. São elas que asseguram o equilíbrio entre os poderes, que garantem a continuidade do Estado, que travam os impulsos autoritários dos líderes passageiros. Por isso mesmo, para destruir um país, o terceiro passo é evidente: destruir as instituições por dentro, tornando-as instrumentos do chefe. Trump percebeu isso cedo. Começou por descredibilizar tudo o que escapava ao seu controlo direto: FBI, CIA, departamentos científicos, tribunais, reguladores. Chamou-lhes inimigos, conspiradores, “deep state”. Depois, passou à segunda fase: substituir técnicos por leais, especialistas por fanáticos, competência por obediência. Secretarias de Estado passaram a ser lideradas por nomes escolhidos não pelo mérito, mas pelo grau de adulação. Departamentos de justiça foram pressionados a proteger aliados e perseguir adversários. E quando alguma instituição insistia em cumprir o seu papel legal, Trump atacava-a publicamente — em comícios, em entrevistas, no Twitter. O objectivo? Intimidar, fragilizar, cooptar. E quando não resultava, simplesmente ignorava: bypassava o Congresso, ameaçava governar por decreto, desrespeitava decisões judiciais, desvalorizava as regras básicas do funcionamento do Estado.

A máquina pública transformou-se, assim, numa extensão do ego presidencial. E os que resistiam eram afastados ou humilhados. O resultado foi um Estado cada vez mais disfuncional, mais tóxico, mais submisso à lógica do “eu quero, posso e mando”. Dissolver as instituições não exige tanques nas ruas. Basta esvaziá-las por dentro. Trump sabia isso. E aplicou a lição com zelo. Como qualquer aprendiz de autocrata bem treinado pela história.

Capítulo 4: Aliar-se aos Párias – Putin, Kim e Companhia

Depois de minar as bases internas da democracia, chega a hora de redesenhar o mapa das alianças. Mas não com democracias consolidadas, com instituições fortes e valores partilhados. Não. O verdadeiro autocrata procura os seus espelhos: ditadores, líderes autoritários, figuras que desprezam os direitos humanos e a liberdade de expressão. Donald Trump viu em Vladimir Putin não um adversário estratégico, mas um parceiro a admirar. Elogiou-lhe a força, a liderança, o controlo. Ignorou os assassinatos de opositores, os ataques cibernéticos à própria América, a anexação da Crimeia, a guerra na Síria, a repressão interna brutal. Com Kim Jong-un, o ditador da Coreia do Norte, fez algo semelhante: trocou insultos por cartas de amor. Literalmente. Enquanto aliados históricos como a Alemanha, França ou Canadá eram hostilizados em reuniões internacionais, os abraços iam para os párias. Trump insultava presidentes democráticos, ridicularizava a NATO, punha em causa tratados históricos e aproximava-se de líderes autoritários como se procurasse neles a validação de um clube de autocratas. Esta reconfiguração de alianças é estratégica para quem quer destruir um país: afasta-o do bloco dos direitos humanos e empurra-o para o clube dos predadores.

A nível simbólico, o recado era claro: a América já não se posicionava como farol da liberdade, mas como membro de um novo eixo onde o poder se sobrepunha à ética, e onde a verdade era irrelevante desde que houvesse força bruta. Aliar-se aos párias não é apenas má diplomacia. É destruição deliberada da ordem internacional baseada em regras. E Trump fê-lo com entusiasmo, convicção e orgulho — enquanto o mundo, estupefacto, assistia à América a desfazer-se a si própria com sorrisos para as câmaras e bandeiras partilhadas com tiranos.

Capítulo 5: Humilhar os Aliados – A NATO, a ONU e o Adeus à Diplomacia

Trump não apenas se afastou dos aliados históricos — fez questão de os humilhar em público. Reuniões internacionais tornaram-se palcos de tensão e confronto, onde o presidente dos EUA chegava atrasado, interrompia, insultava, ou simplesmente ignorava os protocolos mais básicos da diplomacia. Na NATO, chegou a ameaçar a saída dos Estados Unidos, exigindo mais contribuições financeiras como se a organização fosse um clube de quotas. Gritou, apontou o dedo, e colocou em causa décadas de compromisso estratégico. E ao fazê-lo, fragilizou o pilar de segurança colectiva do Ocidente. Na ONU, adoptou uma postura de desprezo. Cortou apoios, abandonou acordos climáticos, e desprezou resoluções multilaterais. Os EUA deixaram de liderar pelo exemplo e passaram a arrastar-se entre decisões erráticas e discursos de confronto. O mundo ficou mais instável. Aliados deixaram de confiar. Adversários tornaram-se mais atrevidos. Os Estados Unidos, outrora diplomacia de Estado, tornaram-se diplomacia de Twitter, onde cada publicação presidencial podia causar uma crise internacional ou o colapso de um tratado.

Ao humilhar os aliados, Trump não apenas destruiu alianças. Destruiu a credibilidade global da América. E num mundo onde a confiança vale tanto quanto o poder militar, isso foi uma ferida profunda na ordem mundial — e um passo decisivo na destruição do papel global dos EUA.

Capítulo 6: Economia de Reality Show – Tarifas, Inflação e Falência

Nenhum país resiste a uma economia gerida como um programa de televisão. E foi isso que os Estados Unidos viveram durante a presidência de Trump: uma sucessão de medidas improvisadas, anúncios espalhafatosos e decisões com mais impacto mediático do que sentido estratégico. A guerra comercial com a China é o exemplo mais evidente. Impôs tarifas, ameaçou sanções, aumentou impostos sobre importações — tudo sem um plano claro. Resultado? A indústria americana sofreu, os preços subiram, os agricultores perderam mercados, e os consumidores pagaram mais. Trump apresentou tudo como uma jogada de mestre. Mas na prática, foi um jogo de adivinha e espetáculo. As bolsas oscilavam ao ritmo dos seus tweets, e as empresas viviam num estado permanente de incerteza regulatória. Nenhum investidor sério aprecia caos institucional. Além disso, cortou impostos aos mais ricos e aumentou o défice público. Prometeu que a economia cresceria a taxas milagrosas — mas essas promessas evaporaram-se à primeira crise. Quando a pandemia chegou, o país estava vulnerável, com um sistema de saúde frágil, trabalhadores sem proteções e cadeias logísticas expostas.

A gestão económica de Trump foi, em resumo, uma encenação. Parecia agressiva e enérgica, mas estava vazia de racionalidade e previsibilidade. As consequências ainda se sentem: inflação crescente, dívida pública descontrolada e um clima de instabilidade que mina a confiança internacional. Se quisermos destruir um país rapidamente, basta isto: entregar a economia a alguém que a veja como um palco para a sua vaidade. Foi o que aconteceu. E foi devastador.

Capítulo 7: Dividir para Reinar – Ódio, Armas e Xenofobia

Nenhuma estratégia de poder se revela mais eficaz, ao longo da história, do que a velha fórmula do "dividir para reinar". Trump aplicou-a com precisão cirúrgica. Estimulou as fraturas raciais, culturais e ideológicas dos Estados Unidos até os transformar num campo de batalha interno. Em vez de unir, dividiu. Em vez de acalmar, incendiou. As tensões raciais foram aproveitadas para fortalecer o discurso de "lei e ordem", enquanto marchas de supremacistas brancos recebiam uma condescendência chocante. Grupos de extrema-direita passaram a sentir-se legitimados, protegidos, até incentivados pela linguagem ambígua (ou cúmplice) da Casa Branca. A proliferação de armas, já grave nos EUA, tornou-se símbolo de liberdade num país cada vez mais polarizado. Em vez de regulação, Trump promoveu o medo: o medo do outro, do imigrante, do diferente. E com isso alimentou um nacionalismo tóxico, que misturava patriotismo com paranoia. A imigração foi outro campo fértil para a divisão. Muros, proibições de entrada, crianças separadas dos pais — tudo embrulhado em retórica de segurança, mas profundamente enraizado na lógica da exclusão. O "nós contra eles" tornou-se política de Estado.

O resultado foi um país à beira do colapso social. Comunidades inteiras deixaram de dialogar. Famílias dividiram-se à mesa. O ambiente político tornou-se irrespirável. A retórica do ódio deixou de vir apenas dos cantos obscuros da internet — passou a ser proferida pela voz oficial do poder. Dividir para reinar é um clássico da tirania. Trump não o reinventou — apenas o modernizou com redes sociais, algoritmos e slogans. E com isso, deixou um país esfrangalhado, onde a coesão social foi sacrificada no altar do populismo.

Capítulo 8: Silenciar a Justiça – Juízes de Bolso e Impunidade Presidencial

O pilar que ainda podia conter o avanço do autoritarismo era o sistema judicial. E Trump sabia disso. Por isso, tratou de o capturar. Nomeou juízes a um ritmo acelerado, muitos com ligações diretas à sua ideologia ultraconservadora, outros sem experiência relevante, mas com uma qualidade essencial: lealdade ideológica. O Supremo Tribunal tornou-se uma arena política, com decisões cada vez mais polarizadas e previsíveis. Em vez de árbitros imparciais da Constituição, alguns juízes passaram a agir como braços do executivo. Leis sobre imigração, direitos reprodutivos, controlo de armas e liberdade de imprensa foram todas impactadas por esta nova maioria judicial alinhada com a presidência. Mais grave ainda foi o tratamento das investigações sobre o próprio Trump. Pressões sobre procuradores, demissões estratégicas, mudanças no Departamento de Justiça — tudo apontava para um objetivo: transformar a justiça num escudo pessoal. O caso do procurador especial Robert Mueller mostrou os limites do sistema. Apesar de encontrar indícios graves de obstrução à justiça, o relatório foi neutralizado por um procurador-geral que agiu como advogado de defesa do presidente. A mensagem era clara: ninguém toca no chefe.

A impunidade tornou-se prática corrente. A ética foi substituída pela conveniência. A separação de poderes foi violada em público, com total impunidade, e até celebrada por apoiantes como sinal de força. Silenciar a justiça não requer censura — basta descredibilizar os tribunais, manipular os nomeados e intimidar os que ousam cumprir a lei. Trump não queria justiça: queria lealdade. E muitos, com medo ou ambição, deram-lha de bom grado.

Capítulo 9: Inverter a Ordem – A Lei ao Serviço do Líder

Num Estado de Direito saudável, a lei protege o cidadão do abuso de poder. Mas num regime em erosão democrática, a lógica inverte-se: a lei passa a proteger o poder do cidadão. E é essa inversão que marca o penúltimo passo rumo ao abismo. Sob Trump, as normas deixaram de ser garantias — tornaram-se ferramentas. A legalidade passou a ser interpretada conforme os interesses do líder, e os juristas próximos do poder trataram de encontrar brechas, interpretações enviesadas ou decretos excecionais para legitimar decisões arbitrárias. Agências federais foram instrumentalizadas. A lei de imigração serviu para separar famílias. Leis sobre segurança foram usadas para justificar repressão de protestos pacíficos. A retórica do “law and order” deixou de significar justiça e passou a significar obediência. A inversão mais perigosa foi, talvez, o culto da legalidade autoritária. Tudo era “legal” — desde que o presidente assim o desejasse. E os que contestavam? Traidores. Inimigos. “Anti-americanos.” O espírito democrático deu lugar a um ambiente tóxico onde a dúvida era traição e a lealdade, virtude suprema.

As leis deviam limitar o poder — mas passaram a blindá-lo. O aparato legal foi transformado num labirinto de tecnicalidades ao serviço do chefe, onde os processos se arrastavam, as decisões eram contestadas ad eternum e a justiça tornava-se inacessível para o cidadão comum. Inverter a ordem jurídica não requer um golpe de Estado. Requer apenas tempo, silêncio e normalização. E Trump teve os três. O resultado foi uma democracia que já não se regia pela Constituição, mas pela vontade de um homem e a cumplicidade dos seus servidores.

Capítulo 10: Apagar a Esperança – O Futuro Como Ameaça

A última etapa na destruição de um país não é visível num decreto, numa marcha ou numa eleição. Ela manifesta-se no espírito de um povo que já não acredita. Quando a esperança desaparece, quando o futuro é apenas uma extensão do medo e da resignação, o colapso deixa de ser hipótese — passa a ser estado permanente. Durante a presidência de Trump, milhões de cidadãos começaram a sentir que nada mudaria. Que a verdade já não importava. Que a justiça era uma encenação. Que votar era inútil. Que tudo estava manipulado. A erosão institucional foi acompanhada por uma erosão anímica. Os jovens, tradicionalmente motores de mudança, passaram a viver entre o cinismo e o exílio emocional. Muitos afastaram-se da política, outros radicalizaram-se. A confiança na ciência, na educação, na imprensa e até na democracia foi substituída por teorias da conspiração, tribalismo digital e indiferença coletiva. Os que ainda resistiam sentiam-se isolados. Os que colaboravam, encorajados. E a grande maioria, silenciosa, apenas queria sobreviver à tempestade — mesmo que isso significasse abdicar dos seus direitos, da sua voz, da sua dignidade.

Apagar a esperança é o gesto final de um regime em decomposição. Não exige violência nem censura total. Basta intoxicar lentamente a alma coletiva, destruir símbolos, ridicularizar os ideais, e deixar que a desesperança se torne o novo normal. Foi assim que se chegou ao fim. Não com tanques. Mas com tweets. Não com revoluções. Mas com apatia. E nesse silêncio conformado, morreu um país que um dia se orgulhou de ser farol da liberdade e da democracia.

🏳️ Prólogo — Bandeira ao Vento

Nem todos os países caem com bombas. Alguns desmoronam com sorrisos cínicos, discursos manipulados e votos desinformados.

Este livro não é uma provocação. É um espelho. Um grito. Um manual preventivo. É a tentativa de nomear, com palavras nuas, os passos silenciosos que conduzem uma nação do cume da esperança ao abismo do autoritarismo.

Cada capítulo é um aviso. Cada exemplo é real. Cada parágrafo é um apelo à lucidez coletiva.

Mas este livro também é, sobretudo, um ato de fé na regeneração democrática. Na força do voto consciente. Na coragem de dizer não ao populismo. Na cidadania ativa que questiona, resiste e reconstrói.

Porque destruir um país pode ser rápido. Reconstruí-lo exige gerações de verdade, justiça e memória.

Que este livro seja lido como quem lê um mapa em tempo de nevoeiro. E que, ao fim destas páginas, reste mais do que indignação — reste vontade de agir.

🕯️ Sobre os Autores Anónimos

Este livro não tem apenas um autor. Tem milhares. Milhões.

Cada linha ecoa as palavras engolidas por medo, os gritos abafados nos corredores da injustiça, os suspiros cansados de quem trabalha, luta e sobrevive num país em desequilíbrio.

Os autores deste livro são anónimos porque foram silenciados, esquecidos ou invisibilizados. Alguns desistiram de falar. Outros aprenderam a murmurar entre paredes. E há os que, mesmo sem nome, continuam a escrever nas entrelinhas da vida.

Este livro dá-lhes corpo. Dá-lhes voz. E transforma o anonimato numa forma de resistência.

Porque num país que se quer livre, até o silêncio tem o direito de ser escutado.